Osteotomia: como é feita essa cirurgia e quando é indicada
A osteotomia é um procedimento cirúrgico que permite a correção do mal alinhamento dos membros inferiores.
Diversas são as situações nas quais ela é indicada, por exemplo, fraturas, alterações congênitas, artrose ou desgaste natural do joelho que provocam o desalinhamento da articulação.
Assim, a osteotomia se torna a opção indicada para corrigir essa deformidade, fazendo com que o paciente volte a realizar suas atividades diárias sem dores.
Então, nesse artigo vamos falar mais sobre o assunto!
Como é feita a osteotomia
A cirurgia da osteotomia é realizada sob anestesia peridural com o corte ósseo do fêmur ou da tíbia, dependendo da localização, origem e tipo da deformidade.
Dessa maneira, o intuito deste procedimento é corrigir a pressão da articulação que, devido ao mau alinhamento, pode apresentar um de seus lados danificados.
Então, após o corte, o osso é fixado na posição correta sendo possível adicionar ou remover partes ósseas. No fim, afixamos uma placa e parafusos para fixação e cicatrização pós-cirurgia.
A osteotomia pode ser feita de dois modos:
Abertura
Neste caso, é aberto um espaço no osso com a abertura de um corte único e através dela o eixo é modificado.
Suas vantagens são que não há perda óssea e o grau de correção é mais previsível e modificável.
Fechamento
Aqui, realizamos dois cortes no osso, retiramos uma parte e depois juntamos as duas extremidades fixando a fratura. Assim, através desse fechamento modificamos o eixo, conforme interesse.
As vantagens desta técnica é que a fixação é um pouco mais rígida e não há necessidade de enxertos ósseos.
O tempo médio da cirurgia é cerca de uma ou duas horas, mas pode ser maior nos casos em que haja outros procedimentos associados.
Além disso, após o procedimento o paciente costuma ficar entre um ou dois dias internado.
Devemos ressaltar que esta é uma cirurgia altamente invasiva e, por isso, ela é restrita a alguns pacientes.
Quando indicamos a realização da osteotomia
Podemos indicar a realização da osteotomia para várias situações.
De forma geral, utilizamos esta técnica quando o paciente tem alguma deformidade na perna resultante de trauma (sequelas de fraturas, principalmente), decorrente de deformidade consequentes à alterações degenerativas ou mesmo após lesões ligamentares ou de cartilagem.
Assim, as principais indicações da osteotomia são:
- Valgizante para artrose medial (quando a artrose acomete apenas a parte de dentro do joelho);
- Varizante para joelho valgo (quando o joelho entorta para dentro);
- Associada à reconstrução de lesões ligamentares crônicas (quando a falta dos ligamentos leva a um entortamento do membro devido à ausência de estabilidade);
- Executada para proteção de reparos de menisco e cartilagem.
De acordo com a origem e tipo de patologia, escolhemos o procedimento de osteotomia mais apropriado.
Geralmente, somente pacientes que tenham menos de 60 anos, boa mobilidade no joelho e dentro da normalidade de peso podem realizar a cirurgia, para reduzir os riscos de complicações.
Quais são os riscos da osteotomia
Dentre os possíveis riscos do procedimento estão:
- Trombose;
- Hiper ou hipocorreção;
- Perda e fixação;
- Falha de consolidação;
- Dor;
- Infecção.
Por isso, é necessária uma avaliação pré-operatória completa com análise de todas as lesões associadas e do eixo do paciente, de modo a evitar essas complicações pós-cirúrgicas.
Como é a recuperação pós-cirurgia
A recuperação da osteotomia é um pouco mais demorada em relação às cirurgias mais comuns do joelho.
Assim, o pós-operatório inclui, na maioria das vezes:
- O uso de imobilizador;
- Restrição de carga;
- Restrição da deambulação do paciente.
É comum fazermos a osteotomia em conjunto a outras cirurgias. Dessa forma, podemos adotar também outras restrições e cuidados, como a necessidade de restringir a mobilidade do joelho.
A reabilitação total para as atividades diárias pode levar semanas ou meses e o retorno para as atividades, como a prática esportiva, pode ocorrer em até 12 meses após a cirurgia.
Por fim, vale lembrar que é indispensável ter o acompanhamento de um ortopedista qualificado e experiente para fazer o devido diagnóstico, cirurgia e pós-operatório.
Com isso, a sua segurança e bem-estar serão preservados durante todo o processo que devolverá a qualidade de vida.
Dr. Diego Munhoz
Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!
- Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
- Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
- Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).