Osteotomia: como é feita essa cirurgia e quando é indicada

18 de maio de 2021

A osteotomia é um procedimento cirúrgico que permite a correção do mal alinhamento dos membros inferiores.

Diversas são as situações nas quais ela é indicada, por exemplo, fraturas, alterações congênitas, artrose ou desgaste natural do joelho que provocam o desalinhamento da articulação.

Assim, a osteotomia se torna a opção indicada para corrigir essa deformidade, fazendo com que o paciente volte a realizar suas atividades diárias sem dores.

Então, nesse artigo vamos falar mais sobre o assunto!

Como é feita a osteotomia

A cirurgia da osteotomia é realizada sob anestesia peridural com o corte ósseo do fêmur ou da tíbia, dependendo da localização, origem e tipo da deformidade.

Dessa maneira, o intuito deste procedimento é corrigir a pressão da articulação que, devido ao mau alinhamento, pode apresentar um de seus lados danificados.

Então, após o corte, o osso é fixado na posição correta sendo possível adicionar ou remover partes ósseas. No fim, afixamos uma placa e parafusos para fixação e cicatrização pós-cirurgia.

A osteotomia pode ser feita de dois modos:

Abertura

Neste caso, é aberto um espaço no osso com a abertura de um corte único e através dela o eixo é modificado.

Suas vantagens são que não há perda óssea e o grau de correção é mais previsível e modificável.

Fechamento

Aqui, realizamos dois cortes no osso, retiramos uma parte e depois juntamos as duas extremidades fixando a fratura. Assim, através desse fechamento modificamos o eixo, conforme interesse.

As vantagens desta técnica é que a fixação é um pouco mais rígida e não há necessidade de enxertos ósseos.

O tempo médio da cirurgia é cerca de uma ou duas horas, mas pode ser maior nos casos em que haja outros procedimentos associados.

Além disso, após o procedimento o paciente costuma ficar entre um ou dois dias internado.

Devemos ressaltar que esta é uma cirurgia altamente invasiva e, por isso, ela é restrita a alguns pacientes.

Quando indicamos a realização da osteotomia

Podemos indicar a realização da osteotomia para várias situações.

De forma geral, utilizamos esta técnica quando o paciente tem alguma deformidade na perna resultante de trauma (sequelas de fraturas, principalmente), decorrente de deformidade consequentes à alterações degenerativas ou mesmo após lesões ligamentares ou de cartilagem.

Assim, as principais indicações da osteotomia são: 

  • Valgizante para artrose medial (quando a artrose acomete apenas a parte de dentro do joelho); 
  • Varizante para joelho valgo (quando o joelho entorta para dentro); 
  • Associada à reconstrução de lesões ligamentares crônicas (quando a falta dos ligamentos leva a um entortamento do membro devido à ausência de estabilidade);
  • Executada para proteção de reparos de menisco e cartilagem.

De acordo com a origem e tipo de patologia, escolhemos o procedimento de osteotomia mais apropriado.

Geralmente, somente pacientes que tenham menos de 60 anos, boa mobilidade no joelho e dentro da normalidade de peso podem realizar a cirurgia, para reduzir os riscos de complicações.

Quais são os riscos da osteotomia

Dentre os possíveis riscos do procedimento estão:

  • Trombose;
  • Hiper ou hipocorreção;
  • Perda e fixação;
  • Falha de consolidação;
  • Dor;
  • Infecção.

Por isso, é necessária uma avaliação pré-operatória completa com análise de todas as lesões associadas e do eixo do paciente, de modo a evitar essas complicações pós-cirúrgicas.

Como é a recuperação pós-cirurgia

A recuperação da osteotomia é um pouco mais demorada em relação às cirurgias mais comuns do joelho.

Assim, o pós-operatório inclui, na maioria das vezes:

  • O uso de imobilizador;
  • Restrição de carga;
  • Restrição da deambulação do paciente.

É comum fazermos a osteotomia em conjunto a outras cirurgias. Dessa forma, podemos adotar também outras restrições e cuidados, como a necessidade de restringir a mobilidade do joelho.

A reabilitação total para as atividades diárias pode levar semanas ou meses e o retorno para as atividades, como a prática esportiva, pode ocorrer em até 12 meses após a cirurgia.

Por fim, vale lembrar que é indispensável ter o acompanhamento de um ortopedista qualificado e experiente para fazer o devido diagnóstico, cirurgia e pós-operatório.

Com isso, a sua segurança e bem-estar serão preservados durante todo o processo que devolverá a qualidade de vida.

Dr. Diego Munhoz

Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.

Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!

  • Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
  • Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
  • Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).
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