O que é o Cisto de Baker?

10 de agosto de 2021

O cisto de Baker, ou cisto poplíteo, é uma massa cheia de líquido localizada na parte de trás do joelho causada por uma distensão de uma bursa específica da região, a bursa gastrocnemio-semimembranosa.

Essa bursa é a única que se comunica com a articulação do joelho por meio de uma abertura na cápsula articular. Assim, caso haja um excesso de produção de líquido sinovial na articulação, ele pode migrar para dentro da bursa a partir da abertura existente, formando o cisto.

Na maioria dos casos, encontramos o cisto na parte posterior do joelho, sendo mais raro encontrá-lo na face lateral. Além disso, geralmente, ele é arredondado, liso e flutuante.

Os cistos poplíteos raramente se manifestam isoladamente e são mais frequentemente encontrados em conjunto com outras patologias da articulação, por exemplo, a osteoartrite, lacerações meniscais e artrite reumatoide.

Já em em crianças, o cisto de Baker não costuma ocorrer junto com nenhuma patologia específica, sendo um achado de rotina.

Quais os sintomas do cisto de Baker?

O principal sintoma do cisto de Baker é a dor na parte de trás do joelho.

Além disso, pode ocorrer um possível inchaço ou massa localizada e uma sensação de aperto na região posterior da articulação.

Como dissemos, muitas vezes o cisto tende a ocorrer associado a outras patologias, como ruptura de menisco ou artrite. Assim, os sintomas podem variar conforme a patologia que o paciente possuir.

Além disso, cistos poplíteos grandes podem interferir na amplitude normal de movimento, limitando a flexão completa e extensão completa do joelho.

Como fazemos o diagnóstico?

Podemos utilizar diversos exames de imagem no diagnóstico e avaliação do cisto de Baker.

Apesar da radiografia simples ser um exame acessível, ela fornece informações limitadas sobre o cisto poplíteo.

No entanto, pode ser útil para ajudar na identificação de distúrbios articulares associados, como corpos soltos no cisto ou achados gerais de osteoartrite e artrite inflamatória.

Outras técnicas de imagem costumam ser mais adequadas para o diagnóstico de cistos poplíteos.

Por exemplo, a ultrassonografia é um exame prontamente disponível, relativamente barato, não invasivo e não envolve exposição à radiação.

Na ultrassonografia, um cisto de Baker aparece de forma bem definida e permite a avaliação de seu tamanho, sua relação com músculos, tendões e vasos adjacentes.

Além disso, pode diferenciar esses cistos de outras doenças, como aneurismas poplíteos e cistos ganglionares.

Já a ressonância magnética é o exame padrão ouro na visualização e caracterização de massas ao redor do joelho.

Uma ressonância magnética pode confirmar a natureza do cisto, avaliar sua relação com estruturas anatômicas na articulação e tecido circundante e delinear patologias intra-articulares associadas.

Ao escolher um método de diagnóstico por imagem, devemos considerar uma série de fatores.

Por exemplo, a ressonância magnética está menos disponível e é mais cara do que as demais opções. Assim, a ultrassonografia é uma escolha razoável para avaliar rapidamente um cisto de Baker potencial.

No entanto, o acompanhamento com ressonância magnética pode ser necessário para confirmar o cisto e diagnosticar uma patologia coexistente da articulação do joelho.

Como é o tratamento do cisto de Baker?

Existem muitas opções de tratamento para cistos poplíteos e isso irá variar conforme a causa subjacente e a condição associada.

Às vezes, o tratamento não é necessário e somente algumas medidas de suporte simples fazem com que o cisto desapareça espontaneamente ou pelo menos seus sintomas diminuam.

Caso contrário, as técnicas minimamente invasivas e cirúrgicas são alternativas.

Por exemplo, a aspiração guiada por ultrassom com injeção de corticosteroide é um procedimento de risco relativamente baixo e bem-sucedido para o tratamento da osteoartrite do joelho complicada com um cisto de Baker.

Outra opção é um procedimento semelhante em que o corticosteroide é injetado diretamente no cisto poplíteo.

Apesar de muitas vezes o tratamento menos invasivo ser suficiente, em alguns casos a cirurgia é necessária.

Assim, atualmente, a artroscopia é o procedimento mais comumente utilizado para tratar o cisto de Baker e suas condições associadas.

Devemos ressaltar que a remoção do cisto por via aberta possui dados históricos de recorrência muito alta, o que faz com que esta técnica não seja recomendada.

O principal objetivo da intervenção cirúrgica em cistos poplíteos que trazem sintomas ao paciente é resolver a doença intra-articular que o causou. Inclusive, existe uma teoria de que a simples remoção da causa do cisto faz com que ele suma espontaneamente.

Ressaltamos que, para prevenir o cisto de Baker, devemos atuar de forma a evitar a ocorrência das doenças associadas.

Então, caso você sinta o cisto em seu joelho, não deixe de procurar um ortopedista especialista para te ajudar.

Como vimos, ele pode indicar a presença de diversos outros problemas na articulação que deveremos tratar adequadamente. 

Dr. Diego Munhoz

Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.

Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!

  • Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
  • Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
  • Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).
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