Bloqueio genicular: conheça o procedimento

10 de maio de 2022

O bloqueio genicular é uma modalidade de tratamento para artrose de joelho em que o médico realiza um bloqueio dos nervos que são responsáveis pela dor.


Trata-se de um procedimento minimamente invasivo no qual o médico “queima” esses nervos fazendo com que a dor não seja mais transmitida ao sistema nervoso central. 


Quando indicamos este procedimento?


Diversas são as situações nas quais indicamos o bloqueio genicular, por exemplo:


  • Pacientes com osteoartrite de joelho sintomática que não obtiveram melhora através das modalidades conservadoras.


É válido destacar que nenhuma gravidade específica de osteoartrite foi estabelecida como indicação para realização deste procedimento. No entanto, geralmente, indicamos o tratamento para pacientes que apresentam artrose moderada e/ou grave (grau 3 ou 4 de Kellgren-Lawrence) para a qual a cirurgia seria considerada ou já foi realizada.


  • Pacientes com uma prótese de joelho dolorosa, sem causa aparente. Estes são pacientes para os quais não diagnosticamos nenhuma causa identificável da dor no local da artroplastia total do joelho.
  • Pacientes que não são bons candidatos cirúrgicos devido comorbidades médicas e/ou alto índice de massa corporal (IMC);
  • Indivíduos que desejam evitar a cirurgia;
  • Pacientes que tiveram uma ablação por radiofrequência do nervo genicular (GNRFA) previamente bem-sucedida, uma vez que podemos repetir esse procedimento para tratar a osteoartrite de joelho sintomática recorrente.


Além disso, devemos destacar que existem situações nas quais o procedimento é contraindicado, por exemplo:


  • Gravidez;
  • Lesão aguda do joelho;
  • Articulação do joelho instável;
  • Síndrome da dor crônica;
  • Sobreposição psicológica;
  • Diabetes melito não controlado;
  • Distúrbio hemorrágico - esse diagnóstico não é necessariamente uma contraindicação, mas é importante discutir o caso com o paciente durante o processo de consentimento;
  • Presença de um desfibrilador implantável;
  • Presença de um estimulador de nervo periférico;
  • Utilização de marcapasso;
  • Histórico de infecção aguda ou crônica ativa no joelho - a infecção pode ser uma causa importante e tratável da dor;


Como é feito o procedimento? 


Normalmente, realizamos o bloqueio no nervo do joelho em regime de hospital dia, ou seja, através de uma rápida internação para fazer o procedimento com segurança e anestesia adequada.


Na maioria dos casos, utilizamos uma leve sedação para conforto do paciente, embora possamos realizar o procedimento com anestesia local.


Além disso, durante o processo usamos auxílio de ultrassonografia ou radiografia a fim de localizar o local exato dos nervos geniculares.


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Normalmente, realizamos o procedimento em 2 etapas.


Na primeira, realizamos um bloqueio químico local fora da articulação injetando medicações, como por exemplo, anestésico e corticóides.


Então, caso haja melhora de mais de 50% da dor do paciente, ele se torna elegível para a ablação genicular, a segunda etapa do processo.


Nesta segunda etapa, realizamos a ablação nervosa, ou seja, queimamos as fibras nervosas para impedi-las de levar a sensação de dor ao sistema nervoso central.


Dessa forma, através do calor emitido pelos eletrodos as proteínas dos nervos são desnaturadas. 


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Quais efeitos esperados do bloqueio genicular? Há algum efeito colateral?


O principal efeito esperado para o procedimento de bloqueio genicular é a melhora da dor levando à uma consequentemente melhora da qualidade de vida, função e mobilidade. 


Além disso, poucos são os efeitos colaterais, sendo o principal a ocorrência de dor local após o procedimento. Eventualmente, queimaduras e lesões vasculares podem ocorrer, apesar disso ser mais raro.


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Quais os cuidados o paciente deve ter após o procedimento?


O bloqueio genicular possui poucas restrições. Assim, indicamos que o paciente evite sobrecarregar a articulação nos primeiros dias após o procedimento, fique atento para sinais de alerta, como dor, inchaço e vermelhidão, mantenha acompanhamento médico e siga com as outras terapias de tratamentos que estiverem sendo realizadas. 


Além disso, nas primeiras 24 a 48 horas pode-se deixar os pontos de injeção cobertos com curativo. 


Quanto tempo duram os resultados do bloqueio genicular?


Normalmente, os resultados do bloqueio genicular duram em torno de 1 ano e podemos repetir o procedimento, a depender da sintomatologia e análise sequencial do tratamento. 


Esta é uma excelente opção de terapia para pacientes com dor no joelho, mas somente um médico especialista poderá avaliar a situação para determinar se ele será útil.


Então, não sofra com dores! Marque uma consulta o quanto antes e cuide da sua qualidade de vida e bem-estar!


Fonte: Kidd VD, Strum SR, Strum DS, Shah J. Genicular Nerve Radiofrequency Ablation for Painful Knee Arthritis: The Why and the How. JBJS Essent Surg Tech. 2019 Mar 13;9(1):e10. doi: 10.2106/JBJS.ST.18.00016. PMID: 31333900; PMCID: PMC6635137.


Dr. Diego Munhoz

Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.

Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!

  • Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
  • Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
  • Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).
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