Para realizar o diagnóstico de uma lesão do ligamento cruzado posterior, é necessário uma ampla correlação de dados clínicos, história do paciente, exame físico e exames complementares.
Em alguns casos crônicos, as alterações de exame físico são bem evidentes, porém na fase aguda, a dor e o inchaço impedem uma avaliação exata e os exames de imagem cumprem um papel maior.
Já na fase crônica, os exames de imagem, como a ressonância, podem não ser tão bons devido a cicatrização do ligamento, o que muitas vezes ocorre de forma alongada e só pode ser identificada ao exame físico.
De forma geral, iremos tentar correlacionar a presença de traumas ou entorses e avaliar qual foi o tipo de mecanismo responsável pela queixa ou lesão do paciente. Como explicitado acima, a lesão do ligamento cruzado posterior ocorre muito comumente devido a um trauma direto na região anterior da tíbia, forçando o ligamento para trás.
Ao analisar o joelho do paciente, é necessário detectar tudo, incluindo anormalidades patelofemorais e do ângulo do quadríceps (pode estar aumentado devido a rotação externa da tíbia em uma lesão de CPL).
Outro fator para ser avaliado é a crepitação patelofemoral ou tibiofemoral que pode indicar lesão condral. Alteração da marcha (hiperextensão ou varo) durante corrida ou trote pode aparecer nos casos crônicos. Finalmente, avaliar amplitude de movimento e subluxações comparados ao lado contralateral.
Pacientes com deficiência crônica do LCP podem evoluir com recurvato na fase de apoio, ou seja, estendem o joelho além do ideal. Queixas subjetivas de instabilidade durante atividades diárias e atrofia severa de quadríceps acompanham o quadro.
A análise de marcha é necessária antes da reconstrução para evitar falhas do enxerto em decorrências da retomada da marcha anormal no pós-operatório e, assim, um treino de adaptação de marcha pode ser necessário.
O degrau entre o fêmur e a tíbia é avaliado com 90° e o grau de deslocamento varia tanto com a frouxidão fisiológica dos pacientes quanto em relação a presença ou não de dano às estruturas posterolaterais ou mediais (a translação aumenta na medida em que há mais lesões de estruturas restritores secundárias).
Determinar se uma lesão do LCP é parcial ou total pode ser difícil, porém é essencial do ponto de vista terapêutico. O teste clínico da gaveta posterior pode ser altamente subjetivo com forças aplicadas sendo muito variáveis para determinar o status correto do LCP.
Frequentemente, esse testes indica ruptura total, mas ainda existem continuidades de fibras que funcionam limitando a subluxação posterior para apenas alguns milímetros.
Abaixo iremos comentar sobre os principais testes clínicos usados para o diagnóstico da lesão do ligamento cruzado posterior. Alguns testes também irão avaliar as estruturas posterolaterais devido a proximidade e lesão concomitante destas estruturas.
Neste teste avaliamos a congruência do joelho em relação a atuação da gravidade.
Nos casos de lesão do ligamento cruzado posterior, a tíbia é puxada para baixo e observamos uma depressão como ilustrada no joelho esquerdo da figura abaixo.
Esse teste é performado em 30° e 90° para avaliar a rotação externa e subluxação do planalto posterior.
Nos casos de lesão do LCA, o joelho roda mais externamente à 90° como mostrado no joelho direito da imagem abaixo.
Neste teste, avaliamos a presença de hiperextensão do joelho de forma assimétrica.
Podemos realizar o teste da maneira indicada na figura ou elevando a perna pelo dedão do pé.
Mantendo-se a perna em extensão total, o joelho hiperestendido e a tíbia gira externamente devido à insuficiência da cápsula póstero-lateral e suas estruturas de suporte.
Esse teste é realizado em 30 graus de flexão com uma força direcionada posteriormente na tíbia.
Caso o joelho afunde, o teste é positivo para lesão do ligamento cruzado posterior.
Neste teste o joelho é posicionado em 90 graus de flexão e a força posterior é então aplicada. A classificação da frouxidão do ligamento cruzado posterior (LCP) com o teste da gaveta posterior é baseada na posição do aspecto anterior da tíbia em relação à face distal dos côndilos femorais, sendo:
Um joelho com frouxidão crônica do ligamento cruzado posterior geralmente apresenta uma frouxidão posterior.
Solicita-se ao paciente que contraia o quadríceps com o joelho em 90 graus de flexão, o que leva a uma anteriorização da tíbia antes que a parte inferior da perna comece a se estender.
Se isso ocorrer, o teste é positivo para lesão do ligamento cruzado posterior.
Trata-se do teste da gaveta anterior a 90 graus de flexão com rotação externa da parte inferior da perna para avaliação da cápsula posteromedial. Quando a tíbia é rodada externamente, a cápsula póstero medial é tensionada permitindo menor excursão anterior do que com o teste de gaveta em rotação neutra.
Quando a cápsula póstero-medial está rompida, o teste de Slocum demonstra um aumento no movimento anterior da tíbia em comparação ao teste da gaveta em neutro, e a tíbia tende a rodar externo.
A cápsula póstero-lateral é testada com o teste da gaveta anterior a 90 graus de flexão e rotação tibial interna de 15 graus.
Se a cápsula póstero-lateral estiver lesada, o teste da gaveta com rotação interna mostrará um aumento na anteriorização da tíbia em relação ao teste da gaveta na posição neutra, e a tíbia tenderá a rodar interno.
Esse teste é realizado com o joelho em flexão de 20 a 30 graus e a tíbia rodada externamente, levando a uma subluxação posterior do planalto tibial lateral.
Conforme o joelho é estendido, a tíbia reduz com um estalo palpável, indicativo de uma cápsula póstero-lateral deficiente.
Os principais exames para diagnóstico do LCP são as radiografias e a ressonância magnética.
Normalmente, realiza-se as seguintes incidências:
A ressonância magnética é o melhor exame para a visualização do ligamento cruzado posterior e suas características. Esse exame é particularmente bom na fase aguda, pois conseguimos ver todas as características do trauma (inchaço, lesões associadas, tamanho e localização da lesão do LCP). Passado um certo tempo do trauma, a ressonância pode perder um pouco sua sensibilidade devido a cicatrização do ligamento.
Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
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DR. DIEGO MUNHOZ
Dr. Diego Munhoz é médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
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